segunda-feira, 12 de julho de 2010

Encontro inesperado.


 Noite quente de quase chuva. Já não sei mais se prefiro que chova. Chego a um ponto em que tanto faz o caminho da direita ou o da esquerda, se paro no meio deles e espero. Mas ando. De volta para casa. Melhor aguardar abrigado, antes que venha o temporal.
 Deparo-me contigo. Com todas as tuas cores e todas as tuas graças. Ai! quem me dera ter o rosado de tua face, o louro dos teus cabelos ou um par de olhos azuis como os teus. Mas de que adiantariam, se eu não tiver a ti? Fosses minha, teria eu tudo que de ti irradia. Porém, para que serve esta pele morena, o rápido andar de minhas longas pernas ou os cachos desalinhados?
 Então me vejo sozinho. Onde estará tua presença de há pouco? Basta encontrar teu olhar e perco-me do espaço e do tempo. Procuro, bobo, o caminho pelo qual seguia. Percebo-me distante, de toda a gente, de qualquer caminho, dos relâmpagos e raios, de mim mesmo.
 Queria forças para propor estar longe de mim(eu mesmo), mas perto de ti. E que minha distância fosse cuidada por teus caprichos, e que da tua, cuidaria eu. Agora, porém, estás em algum lugar onde não posso alcançar-te. Talvez não alcançarei novamente. Ou perderei a coragem da próxima vez que conseguir.
 Preparo-me para duas semanas de solidão. Dois meses de tristeza. Mais dois anos, quem sabe, para tirar-te de meus pensamentos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário